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Falta de consistência em projetos prejudica avanço das negociações na COP

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    CNN
  • 8 de nov.
  • 2 min de leitura

Por Anna Luiza Fagundes e Cecília Dias - CNN

07/11/2025


Na foto, delegado Gabriel Boaventura, representando dos Emirados Árabes Unidos
Na foto, delegado Gabriel Boaventura, representando dos Emirados Árabes Unidos

A nova edição da Conferência das Partes (COP) reacende o debate global sobre o futuro das políticas climáticas. Mais do que um encontro técnico, a conferência se tornou um espelho das contradições da comunidade internacional. No epicentro das discussões, está o financiamento climático — promessa ainda distante da prática concreta. Países desenvolvidos se comprometem com fundos que, na realidade, continuam fragmentados e inconsistentes, o que compromete o ritmo das negociações.


Para a CNN, essa falta de solidez nos projetos não é apenas burocrática, mas uma crise de credibilidade. O abismo entre o que é prometido e o que é efetivamente entregue gera frustração entre os países do Sul Global — aqui, representados pelos Emirados Árabes Unidos —, que dependem desses recursos para sustentar suas transições energéticas e adaptar suas economias às novas exigências ambientais.


A retórica Norte-Sul também volta a dominar os painéis da conferência, com argumentações mais defensivas do que colaborativas. Os próprios Emirados Árabes Unidos, anfitriões da edição anterior, sustentaram a necessidade de um Sul Global mais robusto e representativo, ao mesmo tempo que segue no financiamento da produção de petróleo em larga escala. A contradição é ilustrativa do dilema global: sustentar economias fósseis enquanto se defende uma agenda de transição verde.


A paralisação inicial da presidência brasileira nesta edição da COP também gerou questionamentos sobre o papel do país no cenário internacional. Entre a defesa de uma liderança ambiental no discurso e a lentidão em apresentar propostas concretas, o Brasil parece oscilar entre potencial protagonista e mero espectador. Nesse sentido, projetos como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) e a Coalizão para Integrar Mercados de Carbono são apresentados como caminhos promissores, mas demandam articulação mais consistente com os países do Sul e clareza sobre sua execução.


A CNN avalia que a COP, da forma como se conduz, corre o risco de repetir um ciclo de promessas e rodeios diplomáticos. Dessa forma, para destravar as negociações, será preciso transparência e uma abordagem que leve em conta os impactos econômicos e sociais das decisões tomadas nas mesas de discussão. Caso contrário, os resultados serão somente frutos de articulações “minilaterais”.

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