Testemunhas chegam à Corte Internacional de Justiça (CIJ)
- El País

- 8 de nov.
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Por Carla Iasmin Queiroz e Lyvia Ribeiro Bembem - El País
08/11/2025

A Corte Internacional de Justiça está sendo a base do processo de acusação da África do Sul contra Israel pela realização de atos genocidas, cujas sessões ocorrem desde a última sexta-feira. A última sessão da CIJ foi marcada pela apresentação das testemunhas presenciais de Jens Laerke, porta-voz da “OCHA”, a ativista sueca Greta Thunberg e o tenente-coronel Jonathan Conricus.
A primeira testemunha foi Jens Laerke, porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), que destacou a grave falta de recursos e infraestrutura nas operações de ajuda humanitária em Gaza, ilustrada pelo déficit orçamentário de 2,8 bilhões de dólares. Em sua fala, ele defendeu uma resolução de cessar-fogo permanente e a imprecisão sobre o número de vítimas ou deslocados devido às condições instáveis da região.
Em seguida, a Corte escutou o depoimento de Greta Thunberg. A ativista, que esteve na flotilha interceptada por Israel, enfatizou a incapacidade dos líderes mundiais de proteger civis, destacando que foi “uma falha moral em escala global”. A ativista relatou que todos os participantes da flotilha humanitária enfrentaram situações degradantes e de tortura e acusou Israel de tentar reprimir o movimento. Thunberg afirmou que o episódio é parte de um padrão sistemático de abusos.
A última testemunha foi o tenente-coronel israelense Jonathan Conricus, o qual afirmou que Israel não ataca os outros, mas se defende de terroristas do Hamas. Em relação à violação de direitos da população civil, o militar reconheceu como “erros acontecem em guerras” e que as estratégias utilizadas pelo Estado - como bombardeamento de obras de infraestrutura e bloqueio de recursos - foram empregadas na contenção das atividades do Hamas.
De acordo com a ministra de Estado das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Varsen Aghabekian, as mortes na faixa de Gaza passam dos 62 mil. A magnitude do conflito exige, portanto, uma celeridade na decisão da CIJ para que um cessar-fogo permanente seja estabelecido na região. As sessões acontecerão até o próximo domingo.




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